terça-feira, 17 de agosto de 2010

domingo, 8 de agosto de 2010

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Sexo e Luz - Gal Costa

Quando o Sol
Abaixou
Num dia tão monótono,
A paixão
Me deixou
Atônito.
Me tirou
Da rotina,
E num momento único,
Alterou
Meu destino
De súbito.
Aí,
Saí do vale do meu tormento,
E fui
Cair no lago do teu amor;
Ali,
Aliviei todo o meu sofrimento,
E ui,
Me vi gemendo de prazer que nem de dor.
Enfim, lancei
De mim um grito;
E em ti, fui um
Com o infinito.
E no céu
Do meu eu,
No íntimo, no âmago,
Acendeu
Um límpido
Relâmpago.
No ápice,
Em átimos
Que pareceram séculos,
Eu me banhei
E me lavei
Em sexo e luz.
Então,
Além do monte, além do horizonte,
Oh sim,
Além do mundo, além da razão,
Oh não,
Bebi do poço sem fundo, da fonte
Sem fim,
O poço do desejo, a fonte da paixão.
Enfim, lancei
De mim um grito;
E em ti, fui um
Com o infinito.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A tentação... Quanto vale a eternidade?


Sentada sobre os escombros do meu velho quarto, como faço todos os dias, escrevo. A julgar pelo tempo que estou nesse mundo, já escrevi de tudo, sobre tudo.
Em 2010, após concluir o ensino médio, vagando pelas ruas do Recife Antigo um senhor me chamou a atenção. Sentado em um banco defronte a um beco escuro, ele me convida ao seu encontro. Seu nome: Frederich Voich, um velho alemão, que aparentava uns 80 anos, face e braços repletos de cicatrizes, olhos de um azul inigualável já marcados pelo tempo. O que o Sr. Voich oferecia: viver eternamente. Proposta bastante tentadora, afinal seria o que todos almejavam e buscavam. O desejo de ver minha família crescer, de poder ver a evolução do ser humano, do mundo, era maior do que qualquer medo ou apreensão. Tudo o que eu teria que fazer era tomar estranho líquido azul. Após escutar algumas coisas vividas por ele, aceitei. O líquido desceu rasgando, como se por ironia estivesse dividindo minha história, em um antes e depois daquele momento. Era indescritível a felicidade do senhor. Logo após, mandou-me ir embora, adentrou mancando e já sem forças pelo beco estreito e nunca mais o vi.
Hoje, 926 anos depois, continuo com o mesmo rosto como se o tempo para o meu corpo houvesse parado, porém uma aparência cansada, triste, infeliz.
Vi meus filhos e netos nascerem e morrerem, meus bisnetos serem mortos pelo segundo Hitler por não quererem se curvar as suas ordens. Presenciei meu marido ser morto aos 75 anos a tiros pela polícia brasileira, que o mataram por mera diversão. A evolução das máquinas e robôs, aqueles que os homens diziam ser o futuro, aqueles que vários cidadãos apoiaram e pagaram pra ver, revoltaram-se contra seus próprios criadores e os mataram. Acompanhei as águas do mar e das chuvas invadirem cidades e países e alguns séculos depois a seca atingir tudo, tornando aquilo que a água destruíra um grande deserto de corpos e escombros.
Nove guerras, por nove motivos diferentes, nos quais a água, as florestas, o petróleo, o ouro... Todos foram acabados. Governos que prometiam o que nunca cumpriram, a destruição das escolas, praças e igrejas, o massacre das crianças...
O fato de não saber como produzir o líquido azul me afligia em meio aquilo tudo, me arrancava o sono noites a fio, eu não queria aquela vida, não queria... Queria poder produzi-lo e dá-lo a uma pessoa que estivesse passando perto de mim, qualquer um... Eu desejei, desde a primeira destruição, nunca tê-lo tomado.
Após presenciar tanta desgraça, a morte de cada pessoa que amava, de cada ser vivente, eu queria voltar no tempo, encontrar novamente o Sr. Voich, ouvir suas histórias até então fantasiosas, negar o estranho líquido a mim oferecido e seguir.
Afinal, por que negar a morte? Medo de parar em um lugar pior depois dela? A vida eterna neste lugar pode ser o próprio inferno.

Só um bom cupim entende! ²


Como já havia prometido, uma breve explicação dessa letra linda será dada nesta humilde casa.
A música é "Copacabana" composição do Leonardo Bursztyn, ex guitarrista da banda Móveis Coloniais de Acajú - DF é uma das mais lindas que a banda toca.
Enfim, sem mais delongas, espero que gostem:


"Por você aprenderia
Esperanto e traria
Gorbatchev para uma série de palestras
Na casa da minha tia
Onde todos beberíamos chá
Na casa da minha tia
Fofocando sobre a Perestroika."

Esperanto: Língua criada para facilitar a comunicação entre os povos do mundo inteiro. O esperanto não pertence a um determinado povo ou país, mas sim a todas as pessoas do mundo. O melhor de tudo é que é fácil de aprender!


Gorbatchev: Político soviético, quando estudante aderiu ao Partido Comunista , vindo mais tarde a tornar-se secretário-geral do partido na União Soviética, de 1985 a 1991, e presidente da União Soviética de 1990 a 1991. Lutou sempre pela liberdade de expressão, há muito inexistente na União Soviética, e foi decisivo no final do desastre militar no Afeganistão. Foi contemplado com o Prémio Nobel da Paz em 1990 pela sua contribuição para o fim da Guerra Fria.


Perestroika: Reconstrução ou reestruturação. Foi, em conjunto com a Glasnost, uma das políticas introduzidas na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas por Mikhail Gorbatchev, em 1985.



"Por você lecionaria
Ioga,
Tai-Chi, terapia
Se a fizesse feliz e distendida
Buscaria em shopping centers
O elixir do Marajá
Comeria
perdiz e ananás
Se estivesse prestes a te beijar."

Tai-Chi-Chuan: é uma arte marcial interna chinesa, categoria nomeada em chinês de neijia. Este estilo de arte marcial é reconhecido também como uma forma de meditação em movimento. Os princípios filosóficos do Tai Chi Chuan remetem ao Taoísmo e à Alquimia Chinesa.


Perdiz: É o nome comum de algumas espécies de aves galiformes pertencentes à família Phasianidae, que também inclui o faisão.


Ananás: O abacaxi, fruta com abundante quantidade de Vitamina C e de sais minerais como o Cálcio, o Ferro e o Fósforo, igualmente denominado ananás nas nações de idioma espanhol, é membro integrante da família das bromeliáceas. Ele é originário da América do Sul, e pode ser plantado em toda e qualquer área aquecida do planeta.



Enfim! A letra é linda, fala de um amor muito forte, capaz de tudo!
Inteligência sempre dá um ar melhor a toda e qualquer coisa. Ao se declararem pra alguém, por favor, usem-na.